O presidente derrotado e fascista brasileiro Jair Bolsonaro, parece estar tentando ganhar tempo. Embora ele tenha fingido na terça-feira passada não querer atrapalhar a constituição, seu silêncio de 48 horas foi uma tática para promover uma tentativa de golpe imediato. Isso parece ter falhado por enquanto.

É verdade, que Bolsonaro foi apoiado nisto por uma seção de capital monopolista com os bloqueios de estradas em todo o país. Eles foram realizados não apenas espontaneamente por motoristas de caminhão influenciados pela demagogia social-fascista, mas também organizados por associações de monopólios de caminhões e de transporte ligados à Bolsonaro. Ao mesmo tempo, grandes forças do governo se afastaram desses planos no interesse de outro setor do capital monopolista, preocupado com o crescente isolamento internacional do Brasil como resultado de um golpe fascista, mas também temeroso das crescentes lutas da classe trabalhadora. Já houve protestos de trabalhadores contra os bloqueios nas regiões de Angra dos Reis (Rio de Janeiro) e São Mateus (Espirito Santo). Isto está sendo ocultado na mídia burguesa. A confederação sindical CSP-Conlutas solicita que tais iniciativas sejam tomadas de forma coordenada por todas as centrais sindicais.

A posição da polícia e dos militares também ainda não está clara. Antes da eleição, unidades da polícia rodoviária federal (PRF) obstruíram ativamente o voto, especialmente no nordeste, utilizando bloqueios de estradas para impedir que os eleitores de Lula votassem nos bastiões do PT. Há agora provas de que as forças policiais militares estão ativamente envolvidas nos bloqueios. Outras unidades estão participando da eliminação das mesmas, de acordo com relatos da mídia burguesa.

Bolsonaro afirma ser democrático e fiel à Constituição, mas não reconheceu oficialmente a derrota eleitoral. Inicialmente ele justificou os bloqueios de rua, dizendo que eles eram um protesto legítimo pela suposta “injustiça da forma como o processo eleitoral foi conduzido”. Hoje ele pediu o fim dos bloqueios, mas que os protestos continuem. Assim como Trump, os bolonaristas estão dando a volta à lenda de que a eleição não foi conduzida legalmente.

Portanto, há algumas evidências de que o perigo de um golpe fascista permanece agudo. Nos EUA, a tentativa de golpe de Estado não ocorreu até a posse do novo presidente. No Brasil, isto acontecerá em 1º de janeiro.

Um número crescente de sindicatos e partidos de esquerda e social-democratas no Brasil está, portanto, apelando, com razão, para uma resistência em massa à ameaça de um golpe fascista: “Em nome da classe trabalhadora, defendemos a luta contra qualquer ameaça de golpe e para o desbloqueio imediato das rodovias. Convidamos as organizações sindicais a realizar reuniões em defesa dos direitos democráticos”, diz um apelo do “Comitê de Resistência para a Defesa da Democracia e contra as tentativas de golpe do Direito Extremo”, fundado em 1º de novembro. Além do novo partido governista PT e da maior federação sindical CUT, que domina, o comitê inclui partidos reformistas, revisionistas e trotskistas de esquerda, como o PSOL, PCB, PcdoB e PSTU, bem como sindicatos militantes e a confederação sindical CSP-Conlutas, que participa da Conferência Internacional dos Trabalhadores do Automóvel (iawc.info).

O comitê de resistência pede “uma resposta da sociedade neste momento sério que o país está atravessando (…)” e pede à classe trabalhadora que se organize. Eles vêem os bloqueios de rua como uma primeira tentativa de anular os resultados das eleições.

Esta iniciativa por uma frente unida contra o fascismo ou um golpe fascista é absolutamente correta e deve ser apoiada. Uma nova frente unida também exige o amplo desenvolvimento da solidariedade internacional! Forjar e promover a frente unida anti-fascista também exige expor as ilusões social-democratas que Lula espalha, tais como que a fome pode ser eliminada e a Amazônia pode ser salvada, sem superar revolucionariamente a economia de lucro capitalista. Deve-se notar também que os líderes reformistas ou trotskistas de esquerda são apenas aliados temporários, pois tentarão abusar de tudo isso para seus próprios fins.

Sindicatos e organizações políticas se unem contra a constante ameaça de golpe

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