Nas eleições presidenciais brasileiras ontem (30 de outubro), o fascista Jair Bolsonaro foi derrotado nas urnas. Esta é a primeira vez que um presidente brasileiro não é reeleito. Este é outro fracasso para a tendência internacional de direita, após a votação de Trump. A polarização no país se intensificou ainda mais.

Apesar de uma enorme campanha de mídia e demagogia social, Bolsonaro só conseguiu mobilizar 49,1%, 58,2 milhões de votos, para si próprio.

Para isso, nenhum meio de calúnia, mentiras, notícias falsas ou mesmo ataques físicos de seus apoiadores era aceitável para ele. Na hora de ir para a imprensa, Bolsonaro ainda não havia reconhecido sua derrota. Uma e outra vez, Bolsonaro havia ameaçado que “somente Deus” poderia retirá-lo do cargo. Ele também alimentou rumores de um golpe fascista em seu favor. Aqui, a maior vigilância contra o perigo agudo do fascismo ainda é necessária!

O candidato opositor, Lula da Silva, recebeu 50,9% dos votos. Ele venceu a eleição por uma margem extremamente estreita.

Luis Carlos Prates (Mancha), da federação sindical CSP Conlutas, ativista da Coordenação Internacional dos Trabalhadores do Automóvel (www.iawc.info), informa: »A maioria dos trabalhadores votou em Lula para tirar fora Bolsonaro, não por convicção. Mas também há muitos que estão infectados pela demagogia que Lula está espalhando com o slogan “Juntos pelo Brasil”.

O segundo turno desde a primeira eleição tem sido extremamente tenso. Têm havido demonstrações diárias. Os partidários de bolsonaro têm aparecido parcialmente militantes e armados, espalhando um clima ameaçador.

Por causa da situação polarizada, os trabalhadores ao meu redor estão satisfeitos que a eleição foi para Lula, sem que estivéssemos contentes«.

Rádio da Alemanha relata uma vitória para o “esquerdista” Lula. Mas o que é “esquerdista” num político, que encarnou a ascensão do Brasil em uma potência neo-imperialista, como nenhuma outra? Durante seus dois primeiros mandatos como presidente de 2003 a 2011, tornou-se membro da aliança BRICS.¹ O roubo de terras nos países africanos de Angola e Moçambique no interesse dos poderosos monopólios agrários brasileiros, a pilhagem do pequeno país vizinho do Paraguai em grandes projetos de construção de água (Itaipu), a abertura do país ao capital financeiro internacional, a exploração da classe trabalhadora, fazem parte disto. As florestas tropicais também foram destruídas durante seus mandatos (saida de Marina da Silva como ministra, criticando Lula). Ele conseguiu essas novas políticas imperialistas com várias concessões sociais.

Sob Lula, um sistema de corrupção foi elevado à perfeição, especialmente em torno da empresa petrolífera estatal brasileira Petrobras. O governo Lula nunca foi mais do que um lacaio aos monopólios.

Ele foi preso em 2017 antes de uma nova eleição e esteve na prisão por mais de um ano. Claro, isto também foi orquestrado pelo direito político (golpistas criminosas, como Moro), mas ele não era de forma alguma o cordeiro inocente, que ele mesmo produziu para ser.

Portanto, o desenvolvimento da independência de classe trabalhadora está agora em demanda. Assim, nos últimos meses, as lutas dos trabalhadores se intensificaram e não foram controladas pelo “Partido dos Trabalhadores” de Lula. É importante que a ofensiva dos trabalhadores também surja no processamento das eleições.

Os revolucionários brasileiros enfrentam a tarefa de promover este caminho, construindo um partido marxista-leninista e ligando-se à preparação da revolução socialista internacional.

“A maioria votou a favor de Lula para votar Bolsonaro fora, não por convicção”

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