Voto 2

O Brasil é um novo país imperialista. Após o golpe parlamentar em 2016 e a prisão do ex-presidente Lula, o regime de Temer cortou programas sociais e limitou o “orçamento” por 20 anos.

Os direitos dos trabalhadores e os sindicatos foram maciçamente atacados. Os direitos da mulher (aborto) foram severamente restringidos. Os militares se regozijaram: milhares de empregos no Estado foram para as forças armadas. A resistência cresceu: contra a pobreza, o desemprego, a corrupção e a violência, a superexploração das pessoas e do meio ambiente na região amazônica e nas reservas indígenas.

Após a eleição do fascista Bolsonaro em 2018, começou uma ampla venda do país. O que trouxe desemprego em massa e subemprego, alta inflação, privatização, destruição ambiental por monopólios agrários e mineração, e fome e miséria para milhões. Algumas refinarias da companhia petrolífera estatal Petrobras foram privatizadas (outras três estão para seguir), o que tornou os preços da energia muito mais caros. Isto levou a protestos em massa diretamente na base de massa do Bolsonaro, que inclui caminhoneiros e agricultores.

A corrupção assumiu enormes proporções: o clã Bolsonaro se apropriou de mais de 100 propriedades com impostos desviados e dinheiro de empresas criminosas. Marielle Franco (Psol) expôs isto e teve que morrer junto com seu motorista por causa disto (“caso Adriano”). A violência e a criminalidade policial são piores do que desde a ditadura! Isto incluiu o julgamento criminal “Lava Jato“. Lula saiu de lá “livre”! E o Judiciário de Curitiba com o promotor Moro, um apoiador bolsonario – mais tarde seu ministro da justiça -, foi substituído, por abuso de poder. Mas ele foi eleito como senador … (mais com menos de 30% de votos do estado Paraná).

Os jovens e muitas mulheres ripostaram desde o início. A partir da crise da Corona, então cada vez mais agressivamente contra a corrupção no setor da saúde, no setor militar e contra a ” auxílio estatal ” para corporações e bancos. Os protestos foram contra os cortes na educação! Milhares de mortos ainda estariam vivos se o governo não tivesse “dirigido” a crise da Corona e se tivesse implementado as medidas de proteção necessárias na pandemia.

O papel de liderança da classe trabalhadora é agora particularmente desafiado: na luta contra a privatização, no sistema de saúde, nas pensões, na educação e na agricultura (onde a classe trabalhadora também é objetivamente forte). Nas “transformações” da indústria automobilística, do setor energético e da logística (portos). Na solidariedade internacional ou em questões de posição das mulheres, dos jovens e das minorias. Na luta pela paz, assim como na luta antifascista e na libertação das mulheres.

É também desafiado contra o pós-modernismo, o neofascismo, o anticomunismo e o oportunismo de todos os tipos. Na luta ideológica, o programa de crise do capital financeiro mundial no país é chamado de “desindustrialização”. O Brasil é chamado de “semicolônia” ou “capitalismo tardio”. A classe trabalhadora é levada a acreditar que está se tornando cada vez menos. Isto é acompanhado pela mentira de que, portanto, é menos importante. O contrário é verdadeiro: dois terços dos trabalhadores pertencem à classe trabalhadora no sentido amplo.

O Banco Central do Brasil declarou, que os lucros dos grandes bancos atingiram um recorde de 132 bilhões de reais brasileiros (RS) (cerca de 25 bilhões de dólares americanos) em 2021, cerca de 50% a mais do que em 2020. A agricultura e a mineração obtiveram lucros recorde (por exemplo, + 40% na safra de soja). Apesar da Corona, os supermonopólios do Brasil (cerca de 25 de acordo com a Forbes 2000) conseguiram se estabilizar. Apesar do fechamento de fábricas ou vendas, por exemplo, na indústria automobilística (a fábrica da Mercedes em Iracemápolis foi para o grupo chinês “Great Wall”), a força de trabalho principal é atacada, os salários são reduzidos, a terceirização é feita (ver “leis trabalhistas” reacionárias do ministro da economia Guedes) e a reestruturação para energia elétrica / etanol.

A transição para uma crise social geral vai de mãos dadas com a preparação material adicional do socialismo. E vai de mãos dadas com a busca de perspectivas sociais por parte das massas. As eleições são para difundir a mentalidade parlamentar, dividir as lutas dos trabalhadores e desorientar o movimento popular. As oito centrais sindicais continuam a cisão como sindicatos direcionais de “seus” partidos. Nenhuma greve geral foi organizada contra o desmantelamento da “seguridade social” ou do “imposto sindical” (base substancial dos sindicatos) – nem mesmo no caso das amplas “privatizações”. Estes, a propósito, já começaram sob os governos do PT.

A traição de classe aberta dos líderes sindicais de direita levou a que apenas 12% (2021) dos trabalhadores estivessem organizados. É por isso que as greves independentes dos últimos 18 meses no proletariado industrial são tão importantes. Como na Renault, CSN, Petrobras, GM, Ford, nas empresas do Metrô em São Paulo e no sistema de saúde (para o salário mínimo no SUS).

Conclusão:
No dia 2 de outubro estava muito perto: Lula com 48 por cento. Bolsonaro com 43 por cento. Bolsonaro foi mais forte do que o esperado. Isto se deveu em parte ao fato de Lula não ter dito nada sobre corrupção durante seu tempo no cargo. Bolsonaro usou isto para seus ataques anticomunistas. Porque os protestos em massa em 2013 e suas causas sociais ainda são ignorados por Lula e pelo PT. Portanto, a demagogia de Bolsonaro (“Lula quer uma segunda Venezuela”) está pegando fogo.

Até o segundo turno de votação, é de se esperar que o clã bolonaro, reacionários, fascistas e ultra-religionistas tentem tudo para dar a volta à eleição! Com demagogia à la Trump, fake-news, violência, compra de votos e agitação contra o “comunista” Lula. Isto poderia ir até uma tentativa de golpe, o que é um perigo real. Bolsonaro tem apoiadores no exército e na polícia!

Mas: as eleições não mudam fundamentalmente nada no capitalismo. Para a maioria absoluta no Brasil isto simplesmente não é claro. O processo de conscientização ideológico-política da classe trabalhadora e das massas populares continua.

ELEIÇÕES NO BRASIL em 2 de outobro: Bolsonaro mais forte do que o esperado com a demagogia sócio-chauvinista e fascista

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