1.) O Comitê Central do Partido Marxista-Leninista da Alemanha (MLPD) publicou hoje, 11 de março, uma declaração sob o título “Jogo perigoso com o fogo de uma guerra mundial: Nada de OTAN na Ucrânia – Retirada das tropas russas!” É a quarta declaração sobre a guerra na Ucrânia desde 22.02.2022.
Milhões de pessoas na Alemanha são justamente da opinião, de que algo deve ser feito contra a guerra na Ucrânia. Mais de dois milhões de pessoas já tiveram que fugir da guerra. Além disso, há milhares de feridos e mortos. O aumento dos preços dos alimentos e da energia está alimentando a inflação em todo o mundo. Surgiu uma discussão em massa sobre tudo isso. A vontade das massas pela paz está sendo maltratada pelos governantes para se apresentarem como a “vanguarda” da paz. Há dois jogos de planejamento aqui:
Na semana passada, o líder da CDU (União Democrata-Cristã), Friedrich Merz, se adiantou: “Sob certas circunstâncias”, a participação imediata da OTAN na guerra é concebível e necessária. O chefe da Springer (similar “O Globo”), Döpfner, foi melhor no jornal Bild: “A OTAN deve agir AGORA”. O presidente ucraniano Selensky exige veementemente o fechamento do espaço aéreo ucraniano – em palavras simples: os aviões de combate da OTAN devem abater aviões russos. Eles aceitam o fato, de que isto muito provavelmente desencadearia a Terceira Guerra Mundial. Os EUA já forneceram à Ucrânia armas no valor de 300 milhões de dólares. Soldados de pelo menos seis países da OTAN estão se juntando ao exército ucraniano como “voluntários”, em parte com a permissão de seu governo. Putin, por sua vez, chama as entregas econômicas e de armas de uma “declaração de guerra” da OTAN e as ameaça com “graves conseqüências”.
Fim a este perigoso jogo!
O governo alemão e a OTAN, com o apoio de partes significativas do único capital financeiro internacional dominante, recusaram-se até agora a intervir abertamente. Isto não se deve à sua vontade “humanitária de paz” – então eles poderiam e deveriam ter tomado medidas de desescalonamento muito mais cedo. Agora, a vontade de paz das massas é conspícua contra elas: 79% da população na Alemanha é contra a intervenção da OTAN na guerra e centenas de milhares participaram de manifestações de paz somente na Alemanha. Em 7.3.22, o chefe da associação monopolista BDI (similar CNI), Siegfried Russwurm, também rejeitou bruscamente a exigência do governo dos EUA de uma dissociação da economia alemã da China: “Não estávamos e não estaremos sob as ordens do governo americano”. Os “crimes de Putin não são o fim do comércio global e da divisão global do trabalho”. A troca, não o encerramento, continua sendo nosso princípio”. Os monopólios dependentes das exportações vêem seus interesses econômicos ameaçados por um novo agravamento. As negociações no seu interesse, no entanto, só levarão a uma paz imperialista. Nele, o rearmamento e o belicismo continuarão e a competição intensificada pelo fornecimento de energia, matérias-primas e cadeias de abastecimento também será às custas dos povos.
2.) A mídia burguesa promove a política do governo alemão com a representação manipulada de que ajudaria “o povo” na Ucrânia. Entretanto, apoiar o governo Selensky não é uma política progressiva, como falsamente sugerem as comparações com os aliados em torno da União Soviética Socialista ou as Brigadas Internacionais na Guerra Civil Espanhola. Todos os partidos burgueses tomaram a iniciativa de elogiar a OTAN como o verdadeiro “anjo” da paz. Lembrem-se, a aliança que tem sido responsável pela maioria das guerras de agressão nas últimas décadas, no Afeganistão, Iraque, ex-Jugoslávia, etc. Uma escalada militar da OTAN não ajuda a população da Ucrânia, mas agrava sua situação. A III. A Terceira Guerra Mundial traria um sofrimento incomensurável e, se as armas nucleares fossem usadas, poriam em perigo os fundamentos da vida humana!
3.) Os trabalhadores e as massas populares que participam das lutas armadas na Ucrânia estão justificadamente se defendendo contra uma guerra de agressão imperialista. Eles devem ao mesmo tempo dirigir sua luta contra o governo capitalista reacionário de Selensky e buscar e fortalecer a solidariedade com o povo progressista na Rússia e em todo o mundo que se opõe a qualquer agressão imperialista. Seu futuro não deve residir em voltar à pobreza, exploração e opressão anteriores como um joguete dos interesses imperialistas! A direção consistentemente anti-imperialista é reforçada pelas atividades de solidariedade e ajuda promovidas pelo MLPD e ICOR (icor.info). O partido do ICOR “Plataforma Marxista-Leninista” da Rússia declara: “Os povos da Rússia, Ucrânia e Donbass são reféns de um conflito de interesses entre os dois grupos imperialistas”. Ele pede aos “trabalhadores da Rússia que protestem contra a guerra, que sabotem a transferência de tropas e equipamentos militares e assim digam seu firme ‘não'”.
4.) A guerra na Ucrânia é uma guerra imperialista. O “Imperialismo” muitos só conhecem dos livros de história. Agora até a mídia burguesa está castigando as “fantasias imperialistas do grande poder” de Putin. Já em 2017, o MLPD escreveu uma extensa investigação sobre a “ascensão neo-imperialista da Rússia”: “Putin está perseguindo o objetivo de uma União Eurasiática dominada pela Rússia, de Lisboa a Vladivostok”. Naquela época, Angela Merkel e os outros chefes de Estado e monopólios ocidentais ainda se encontravam amigavelmente com Putin em jantares pomposos. O seguinte também se aplica a outros países, como os EUA, China ou Alemanha: “Os países imperialistas são … aqueles cuja economia é determinada por monopólios, nos quais os monopólios se subordinaram cada vez mais ao Estado e que procuram dominar outros territórios e países”.
5.) A agressão imperialista para o exterior está ligada à repressão para o interior. Os métodos fascistas de Putin estão iniciando uma transição para o fascismo na Rússia? Milhares de pessoas foram presas em manifestações antiguerra. O Confidente de Putin e segundo chefe de segurança Medvedev, está falando em reintroduzir a pena de morte. Com a nova lei de mídia, até mesmo chamar algo de “guerra” é uma ofensa punível. Mas a UE também quer sancionar “informações falsas”, o governo alemão simplesmente proibiu o canal russo “RT”. O que é “certo” e “errado”, portanto, é decidido pelos imperialistas. Na Alemanha, as políticas de paz anti-imperialistas do MLPD estão cada vez mais obstruídas diante de escolas, empresas ou em manifestações. No caso de uma participação direta da OTAN na guerra, o governo federal poderia em grande parte suspender os direitos e liberdades burgueses-democráticos com leis de emergência.
6.) O ódio a Putin é mal utilizado para caluniar o comunismo. Putin é um “comunista”, o “sucessor de Stalin” e quer “restaurar a União Soviética”, dizem os jornais alemães. Em seu discurso no início da guerra, porém, o próprio Putin atacou Lênin e Stalin antes de tudo por defender o direito de autodeterminação da Ucrânia – uma “loucura” para ele. Cada lado em guerra acusa o outro de agir dentro do espírito de Estaline – Absurdistão! A política de nacionalidades exemplar na União Soviética Socialista até 1956 representava o Internacionalismo Proletário, em contraste com as duas partes em conflito.
7.) A solidariedade com as massas na Ucrânia significa a obrigação de fortalecer a luta pela paz mundial. Nenhuma guerra pode ser travada a longo prazo contra a resistência ativa dos trabalhadores e das massas! 91 participantes de 22 países (incl. Brasil) declararam em um webinar do ICOR em 6 de março para liderar resoluta e conjuntamente a luta pela paz em uma frente unida anti-imperialista. Construamos um novo e forte movimento de paz contra todos os belicistas imperialistas também na Alemanha!
- Resistência ativa contra a preparação imperialista de uma terceira guerra mundial!
- Contra a transferência do fardo da guerra e da crise para as massas! Para um aumento salarial pelo menos igual à inflação.
- Pela paz, pela amizade entre os povos, pelo verdadeiro socialismo!
- Fortaleça o partido revolucionário dos trabalhadores MLPD! Junte-se à federação de jovens REBELL e seus grupos de resistência!