As leis ambientais estão sendo aceleradas em todo o mundo e a transição para uma catástrofe ambiental global está sendo deliberadamente acelerada pelos monopólios internacionais e seus governos.
Os governos fascistas em particular, mas não apenas eles, se destacam nesse aspecto. No Brasil, sob o comando do presidente social-democrata Lula, uma “Lei Geral de Licenciamento Ambiental” – popularmente conhecida como “Lei da Destruição” – foi aprovada por maioria na Câmara dos Deputados em 17 de julho de 2025, contra os protestos de 350 organizações e grupos indígenas.
Essa lei destrutiva também foi duramente criticada internacionalmente. As Nações Unidas expressaram sua “profunda preocupação” por meio de relatores especiais e pediram ao Brasil que evitasse um “grave retrocesso” na legislação que poderia colocar em risco “os direitos das gerações presentes e futuras”. A “lei da destruição” disfarça um ataque frontal à proteção do meio ambiente, do clima e dos direitos humanos sob o nome eufônico de uma suposta “redução da burocracia”. No futuro, ela permitirá que as empresas concedam a si mesmas, em grande parte, licenças ambientais para projetos – sem revisão independente, sem estudos de impacto ambiental, sem o envolvimento das comunidades afetadas.
“Colocar a raposa para tomar conta do galinheiro” …
Dessa forma, projetos de mineração, industriais, de infraestrutura e agrícolas podem ser levados adiante praticamente a critério dos setores agrícola, de petróleo e de gás, como na floresta amazônica. Lula concorreu ao cargo com base em questões antifascistas e de proteção ambiental, mas agora está sendo examinado por sua base de massa. Ele vetou a lei, que é direcionada contra as mais drásticas 63 das 400 normas da lei. No entanto, de modo geral, ele não se opõe à lei. Seu veto também pode ser anulado pelo Congresso. Houve uma grande polarização no Brasil em relação a essas questões. Um artigo no “Frankfurter Rundschau” descreve o dilema de Lula: “O chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, quer agradar a todos no que diz respeito à política climática. Os ambientalistas, o lobby agrícola e industrial – e ele próprio. Afinal de contas, ele se autodenomina o maior protetor do clima na América Latina. E ele também está organizando a conferência mundial sobre o clima COP30, de importância crucial, na cidade amazônica de Belém, em meados de novembro.”
Os artigos rejeitados incluem a “autorização expressa”, em que teria sido suficiente que os solicitantes descrevessem o projeto e o impacto ambiental que acreditam que ele teria para poder começar a trabalhar sem a necessidade de uma avaliação de impacto ambiental. A transferência da responsabilidade pela autorização para os estados federais também foi vetada.
Acima de tudo, a “Lei da Destruição” está acelerando a superexploração da Amazônia, o pulmão verde do planeta. Ela impulsionará ainda mais projetos de exploração e acelerará o desmatamento. A floresta tropical já está em alerta vermelho. Com cerca de 2,8 milhões de hectares, o Brasil foi o país que mais destruiu florestas no mundo no ano passado. Dois terços foram incendiados ou queimados e usados para plantações de soja e criação de gado. A destruição da floresta tropical no Brasil chegou a atingir seu nível mais alto desde 2016, durante o governo do presidente social-democrata Lula da Silva.
Os maiores criminosos ambientais, os monopólios de mineração, petróleo e gás, poderão emitir um atestado de saúde e certificar seus projetos como ecologicamente corretos. De acordo com a lei, no futuro, eles poderão obter licenças para projetos planejados automaticamente – apenas com base em uma autodeclaração. Além disso, setores inteiros, como o agroflorestal e a pecuária, estão completamente isentos da exigência de autorização.
O projeto de lei também prevê uma “licença ambiental especial” para projetos que o governo classifica como “estratégicos”. Isso também inclui a extração de petróleo. Nesses casos, planeja-se acelerar a avaliação, reduzindo o procedimento de autorização de três etapas para uma e dispensando uma avaliação de impacto abrangente. A lei também restringe os direitos de acesso à informação, participação pública e acesso à justiça. Ela também prejudica os direitos da população indígena, restringindo o envolvimento das autoridades apenas a projetos localizados em terras já demarcadas, ou seja, formalmente reconhecidas como território ancestral da população indígena e quilombola. Cerca de 80% dos territórios quilombolas e 32,6% do território indígena ainda não foram demarcados e, portanto, são autorizados para projetos prejudiciais ao meio ambiente sem qualquer avaliação.
O livro “Die globale Umweltkatastrophe hat begonnen” (“A catástrofe ambiental global já começou” – www.neuerweg.de) afirma objetivamente: “Não há dúvida de que os supermonopólios internacionais e seus governos são os principais responsáveis pelo desmatamento que ameaça a vida em todo o mundo, especialmente nas florestas tropicais.” (página 374)
Hoje, o movimento ambientalista internacional em todo o mundo deve liderar uma luta socialmente transformadora. A “Lei da Destruição” deve ser completamente retirada da mesa! Esse também deve ser um tema da contra-
cúpula contra a Conferência Mundial do Clima Cop30 no Brasil em novembro! É necessário construir uma frente de resistência mundial para: “Interrupção imediata e sem compensação do desmatamento de florestas tropicais e florestas primitivas tropicais. Estabelecer os direitos plenos de sua população indígena e utilizar sua sabedoria ecológica. Tornar as florestas tropicais áreas protegidas internacionais“. diz o programa imediato do livro na página 453.
https://www.rf-news.de/2025/kw33/brasilien-gesetz-der-zerstoerung-beschlossen
