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Em 1º de janeiro, Lula da Silva foi nomeado presidente do Brasil. Lula havia vencido por pouco a segunda eleição contra Jair Bolsonaro. Milhões de brasileiros estão aliviados de que o odiado fascista Bolsonaro – o autoproclamado “messias” do Brasil – esteja sendo substituído. Bolsonaro se absteve de entregar a faixa presidencial a Lula pessoalmente, como de costume. Mesmo a tempo de expirar sua imunidade, ele partiu para os EUA no dia anterior.

O novo governo orquestrou a posse de Lula como uma “festa do futuro”. Barracas de comida e grandes shows incluídos. Mais de 300.000 simpatizantes do novo partido governista PT (Partido dos Trabalhadores – “Partido dos Trabalhadores”) comemoraram na capital Brasília. Mas, de longe, nem todos são capturados pela atmosfera desejada do festival folclórico. Lula e seu PT estavam muito envolvidos com a corrupção.

O que os trabalhadores podem esperar de Lula? As “visões do futuro” de Lula incluem, por exemplo, a promoção da companhia de mineração VALE, que imediatamente e com gratidão patrocinou os lounges VIP na entrega do cargo. Por meio desses grandes monopólios brasileiros, Lula quis transformar o novo Brasil imperialista em uma superpotência internacional já durante seu primeiro mandato de 2002: “O Brasil deve encarnar a grandeza que Deus lhe deu quando criou o mundo1– Não é de admirar. que 120 representantes de governos estrangeiros como o vice-presidente americano Kamala Harris e Frank-Walter Steinmeier (presidente da Alemanha), assim como o rei da Espanha, tenham pessoalmente parabenizado Lula por seu terceiro mandato.

A desseleção do governo Bolsonaro, que tem buscado a transição para o fascismo, é um sucesso para a defesa dos direitos democráticos burgueses e uma derrota para o desenvolvimento internacional do direito. O governo Bolsonaro, abertamente reacionário e desumano, esmagou os ganhos conquistados pela classe trabalhadora brasileira. Nas últimas semanas, várias forças de trabalho entraram em greve contra demissões e para o pagamento de salários pendentes.

Como uma concessão a este estado de espírito entre as massas do Brasil, bem como à desenfreada queima da Amazônia sob o regime bolsonaro, que dificilmente poderia ser sustentada diante das massas internacionais, as forças mais orientadas internacionalmente do capital financeiro brasileiro prevaleceram sobre a oligarquia agrária particularmente reacionária. Eles mudaram para uma nova edição do sistema de pensamento mesquinho burguês e encenaram Lula como um transformador para um suposto capitalismo justo. Lula teve que prometer fazer da luta contra a pobreza a principal tarefa de seu governo, para “derrotar a fome”. Lula está tentando consolidar sua base de massa instável com promessas mais ou menos concretas de reforma: reverter a privatização das empresas estatais, reforçar os direitos sindicais, rever a “reforma do mercado de trabalho”, deter o desmatamento da Amazônia, assegurar as reservas indígenas, fortalecer os direitos das mulheres e muito mais. Entretanto, o cumprimento destas promessas eleitorais dificilmente será compatível com sua tarefa como prestador de serviços aos monopólios em um país neo-imperialista.

Os métodos alterados de governo visam ancorar uma mentalidade mesquinha-burguesa-social-auvinista entre as massas, segundo a qual seus interesses seriam melhor realizados em uma “unidade nacional” com governo e monopólios sob Lula. Os governantes também farão algumas concessões às massas, a fim de não virá-las abertamente contra si mesmos novamente. Mas a nomeação de alguns ministros e a eleição do Vice-Presidente Geraldo Alckmin (PSB), um “apoiador do golpe” que apoiou a remoção de Dilma Rousseff em 2015, já levantou questões na base do partido governista PT.

Os monopólios continuam a construir uma base fascista de massa, porque temem que mais cedo ou mais tarde, as massas se voltem para a luta pelo socialismo. Existem cerca de 300 grupos fascistas e cerca de 1000 sites associados. Por exemplo, um caminhoneiro foi capaz de evitar um ataque covarde fascista do acampamento-bolsonario pouco antes do Natal, quando encontrou uma bomba em seu caminhão-tanque.

A consciência da classe trabalhadora, das mulheres e dos movimentos ambientalistas foi novamente desafiada com a presidência de Lula e o antigo PT do partido dos trabalhadores. A extrema polarização social só pode ser resolvida na luta de classes revolucionária. A força do proletariado industrial brasileiro derrubou a ditadura militar em 1984/85, na época sob a liderança de Lula como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Hoje, a classe trabalhadora deve romper com a demagogia particular de Lula como “portadora de esperança”, a fim de desencadear a ofensiva dos trabalhadores. Isto requer acima de tudo a construção de um partido revolucionário marxista-leninista de trabalhadores, que organize o grande potencial revolucionário entre as massas brasileiras.

1 – https://de.gegenstandpunkt.com/artikel/brasiliens-aufstieg-eine-imperialistische-erfolgsstory.

Inauguração de Lula da Silva – um “Festival do Futuro”?

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